Lembro que num dos meus primeiros dias de aula na Eco (Escola de Comunicação da UFRJ), avistei aquela figura um tanto inusitada para meus padrões de "garota-de-condomínio-que-morou-um-tempo-em-Brasília". Ele era gorduchinho, tinho uma cabeleira, andava de havaianas velhas, camiseta e bermuda surradas e tinha uma bolsa-sacola a tiracolo. Alguém me falou que era o cara que escrevia a Casseta Popular e que ainda vinha pra faculdade pq estava devendo umas matérias. Eu, que lia sempre o Planeta Diário, fiquei olhando pra ele e já achando graça daquele ser bizarro. Depois daquele dia, nunca mais o vi.
Atualmente, ele surgia nas conversas de família por conta dos meus cunhados, que trabalham no programa do Casseta e Planeta. Soubemos de sua morte antes de noticiarem, pois meu cunhado estava com ele na Alemanha. E foi uma outra cunhada que serviu de intérprete nos seus momentos finais.
Ficamos muito tristes, como se alguém muito íntimo tivesse partido. E pensar que aquele menino de chinelos virou um ícone do humor carioca mais escrachado. Vou lembrar-me dele toda vez que me perguntam se estou gostando de São Paulo: "é como disse o Bussunda, no seu "Perfil do Consumidor": qual o lugar mais estranho em que já fez amor? Ele teria respondido: São Paulo".
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário