segunda-feira, junho 19, 2006

Bussunda

Lembro que num dos meus primeiros dias de aula na Eco (Escola de Comunicação da UFRJ), avistei aquela figura um tanto inusitada para meus padrões de "garota-de-condomínio-que-morou-um-tempo-em-Brasília". Ele era gorduchinho, tinho uma cabeleira, andava de havaianas velhas, camiseta e bermuda surradas e tinha uma bolsa-sacola a tiracolo. Alguém me falou que era o cara que escrevia a Casseta Popular e que ainda vinha pra faculdade pq estava devendo umas matérias. Eu, que lia sempre o Planeta Diário, fiquei olhando pra ele e já achando graça daquele ser bizarro. Depois daquele dia, nunca mais o vi.
Atualmente, ele surgia nas conversas de família por conta dos meus cunhados, que trabalham no programa do Casseta e Planeta. Soubemos de sua morte antes de noticiarem, pois meu cunhado estava com ele na Alemanha. E foi uma outra cunhada que serviu de intérprete nos seus momentos finais.
Ficamos muito tristes, como se alguém muito íntimo tivesse partido. E pensar que aquele menino de chinelos virou um ícone do humor carioca mais escrachado. Vou lembrar-me dele toda vez que me perguntam se estou gostando de São Paulo: "é como disse o Bussunda, no seu "Perfil do Consumidor": qual o lugar mais estranho em que já fez amor? Ele teria respondido: São Paulo".

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